Ratos de biblioteca

19/06/2015

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Anita Correa trabalhava na escola como auxiliar até o ano passado. Neste ano assumiu a turma do 3º ano Tarde. Aqui, uma breve reflexão sobre o trabalho de leitura que ela tem feito com seus alunos.

 

Ratos de Biblioteca

Era uma vez… e assim começam muitas histórias…

Era uma vez um livro, que dentro carregava histórias e palavras que esperavam alguém para lê-las. O maior sonho das palavras era ser pronunciadas.

Em uma biblioteca, adormecidos, os livros esperavam o alcance das mãos das crianças, dos adolescentes e adultos, a hora de serem abertos e lidos, com aquela nossa voz interior que lê ou pelo adulto que transpõe o que lê para os ouvidos de quem escuta.

Logo que uma criança nasce e vai crescendo, ela experimenta o mundo pela boca. Experimenta tudo que alcança. Inclusive livros. Pobres livros cartonados, cheios de baba, esperando a devida hora de serem devorados. Às vezes, literalmente devorados.

Mas o livro é um objeto para ser experimentado de todas as formas. Com bocas, olhos, ouvidos, tatos. O livro e o leitor experimentam a entrada no mundo do faz de conta, de histórias de vida de outras pessoas, histórias que entram em conflito com a nossa própria realidade. E é nessa hora que o livro deixa de ser apenas prazer e vira construção. Constrói o leitor que, renovado, lê e vê o mundo com novos olhos e todos os outros sentidos.

 

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Era uma vez… e todas as histórias poderiam começar assim e não começam. Porque a literatura traz a palavra em sua beleza. A construção das frases, as rimas, as narrativas que emocionam produzem no leitor, além da sensação de saciedade da história ouvida, também a delicadeza da beleza de um mundo escrito.

Porque ler transborda o prazer, é beleza pura – palavra após palavra.

Obviamente este é um texto escrito por alguém que devora livros.

*****************************************************************************– Professora… aqui neste livro tem um xingamento! Olha que feio! – Correm os alunos com os livros na mão, na direção da professora.

– Cadê?

– Aqui ó! – Com seus dedinhos de crianças de 8 anos, apontam – ‘Ele era um rato de biblioteca’. Que absurdo. Estão xingando o menino.

– Por que isso é um xingamento?

– Tão chamando ele de rato!

– Dizem que quem gosta muito de ler é um ‘rato de biblioteca’, porque os ratos gostam de roer livros; então, quem muito lê, também devora livros.

– Então eu sou um ‘rato de biblioteca’! – Diz um aluno muito satisfeito com seu novo apelido.

 

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Anita Correa
Professora do 3º Ano

Ratos de biblioteca

19/06/2015

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Anita Correa trabalhava na escola como auxiliar até o ano passado. Neste ano assumiu a turma do 3º ano Tarde. Aqui, uma breve reflexão sobre o trabalho de leitura que ela tem feito com seus alunos.

 

Ratos de Biblioteca

Era uma vez… e assim começam muitas histórias…

Era uma vez um livro, que dentro carregava histórias e palavras que esperavam alguém para lê-las. O maior sonho das palavras era ser pronunciadas.

Em uma biblioteca, adormecidos, os livros esperavam o alcance das mãos das crianças, dos adolescentes e adultos, a hora de serem abertos e lidos, com aquela nossa voz interior que lê ou pelo adulto que transpõe o que lê para os ouvidos de quem escuta.

Logo que uma criança nasce e vai crescendo, ela experimenta o mundo pela boca. Experimenta tudo que alcança. Inclusive livros. Pobres livros cartonados, cheios de baba, esperando a devida hora de serem devorados. Às vezes, literalmente devorados.

Mas o livro é um objeto para ser experimentado de todas as formas. Com bocas, olhos, ouvidos, tatos. O livro e o leitor experimentam a entrada no mundo do faz de conta, de histórias de vida de outras pessoas, histórias que entram em conflito com a nossa própria realidade. E é nessa hora que o livro deixa de ser apenas prazer e vira construção. Constrói o leitor que, renovado, lê e vê o mundo com novos olhos e todos os outros sentidos.

 

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Era uma vez… e todas as histórias poderiam começar assim e não começam. Porque a literatura traz a palavra em sua beleza. A construção das frases, as rimas, as narrativas que emocionam produzem no leitor, além da sensação de saciedade da história ouvida, também a delicadeza da beleza de um mundo escrito.

Porque ler transborda o prazer, é beleza pura – palavra após palavra.

Obviamente este é um texto escrito por alguém que devora livros.

*****************************************************************************– Professora… aqui neste livro tem um xingamento! Olha que feio! – Correm os alunos com os livros na mão, na direção da professora.

– Cadê?

– Aqui ó! – Com seus dedinhos de crianças de 8 anos, apontam – ‘Ele era um rato de biblioteca’. Que absurdo. Estão xingando o menino.

– Por que isso é um xingamento?

– Tão chamando ele de rato!

– Dizem que quem gosta muito de ler é um ‘rato de biblioteca’, porque os ratos gostam de roer livros; então, quem muito lê, também devora livros.

– Então eu sou um ‘rato de biblioteca’! – Diz um aluno muito satisfeito com seu novo apelido.

 

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Anita Correa
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