Por que ser monitor?

01/06/2016

Há muito tempo o Equipe adota a prática da monitoria, na qual alunos mais experientes atuam junto aos mais novos, como parceiros dos educadores na condução do processo de ensino-aprendizagem. Para os alunos monitores ocorrem a orientação do estudo de colegas, a retomada e o aprofundamento de seus aprendizados e a revisão de como se deu o próprio processo de aprendizagem.

Mas por que chamar alunos um pouco mais velhos para trabalharem com alunos mais novos? Não seria mais eficiente chamar professores? Como um aluno pode contribuir para o processo de aprendizagem de outros?

Nossa experiência indica que, pela proximidade de idade e também por estarem na mesma posição de estudante apenas em situações diferentes (um que já aprendeu ou fez alguma atividade e outro que a faz pela primeira vez), um aluno pode, muitas vezes, ajudar muito mais outro colega do que um professor. Além do mais, os alunos monitores, por terem passado por situações semelhantes às de seus colegas monitorandos, conseguem apreender melhor suas necessidades e, muitas vezes, suas intervenções são mais efetivas. Tanto do ponto de vista dos aprendizados de conteúdos, como também na postura de estudante. Se um aluno não consegue se concentrar em uma atividade, por exemplo, e um professor chama a sua atenção, o aluno pode entender como bronca. Se um monitor chama a atenção, entende como um conselho, uma orientação.

 

DSC00748Alunos monitores recebendo orientações dos professores

 

As atividades organizadas pelo colégio, que pressupõem a participação de monitores, são: projetos com trabalhos de campo, acampamentos e grupos de orientação de estudos. Para todas essas atividades, os monitores precisam se preparar para o dia ou os dias de atuação: fazem reuniões com professores, participam de aulas preparatórias, recebem os materiais antes, tiram suas dúvidas sobre eles etc. Especialmente para os projetos que envolvem trabalhos de campo, há um curso de monitoria preparado pela Coordenação da escola e que conta com a presença de alguns professores. Todos os alunos das 2ª e 3ª séries interessados em participar se inscrevem e participam de duas tardes de formação. Entre as atividades propostas na formação, realizada entre os dias 28 e 29 de abril, tiveram que escrever sobre “por que querem ser monitores”.

Estes são alguns trechos de algumas das respostas que elaboraram:

“Porque acho muito importante essa interação entre anos e ciclos, faz com que enxerguemos uns aos outros melhor. (…) É bom e interessante rever alguns dos campos que já fiz, pois antes, o que era dificílimo, hoje é algo fácil, mas acho que ajudar as pessoas a fazerem também me ajuda a aprender. Vejo o campo como uma relação de troca, sem falar dos vínculos que criamos com os outros alunos (…)” (Luiza Izolan, 2ª série)

“Gostaria de ser monitora porque me identifico como proveniente de uma boa e útil qualidade: saber ouvir e questionar o que o outro pensa e fala (…)” (Letícia Franklin, 3ª série)

“Ser monitor de uma faixa etária mais distante da nossa é no mínimo uma aventura. (…) Na última monitoria que fiz, minha monitoranda me surpreendeu muito, porque, ao querer saber minha idade, me perguntou quantas voltas eu já tinha dado ao redor do sol.” (Caroline Lambert, 2ª série)

 

DSC00805Trabalhos em pequenos grupos

 

“Em meus dois trabalhos de campo, tive monitores incríveis que contribuíram muito para meu aprendizado e crescimento como pessoa. Me fizeram ter interesse pelo campo, a querer estar lá, em vez de apenas ser obrigada a estar lá (…)” (Beatriz Dreger, 3ª série)

“Ser monitor coloca você num papel de transmitir conhecimento, dá um outro olhar para todo seu ensino e aprendizado, e eu estou muito ansiosa para entrar em contato com isso.” (Luiza Garcia, 3ª série)

“Eu gostaria de ser monitora porque nesse tempo em que estudei no Equipe, vivencio essa relação de troca. Nosso professor de História disse que o homem é um vir a ser. E hoje entendo que o vir a ser é também um deixar de ser o que se era. Portanto, não quero apenas voltar a esses trabalhos, mas sim vivenciá-los de outra maneira, observando e discutindo com o outro o que aquele momento significa. Pois, para mim, eles definiram muito quem eu me tornei.” (Sophia Franco, 3ª série)

“(…) poder desmistificar essa figura de adolescente, que muitas vezes é estereotipada pelas crianças.” (Yacov, 2ª série)

“Ser monitor para mim é um enorme prazer. Eu diria que isso vem de um prazer de ensinar e ajudar os outros a compreender coisas não antes aprendidas. Já ajudei colegas a estudar e, no dia da prova, uma dessas pessoas tirou um conceito alto, mais alto que o meu. É muito gratificante saber que seus ensinamentos foram de grande utilidade. Agora, ser monitor é algo que sempre gostei; sempre que tive a oportunidade, tentava, é uma das melhores experiências. Quando eu era monitorando, eu via o monitor com admiração, é alguém que auxilia a compreensão do estudante de uma maneira mais amigável, justamente por ele ser a intermediação entre aluno e professor. Por todos esses motivos é que eu quero (muito) ser monitor (novamente).” (Jhoão Gabriel, 3ª série)

 

DSC01032Alunos do 9º ano do EFII monitorando a 2º ano do EFI

 

“Em primeiro lugar, porque eu sempre admirei os monitores, sempre me ajudaram muito, principalmente quando tentavam me fazer perder a timidez. Em segundo lugar, porque quero ser professora e essa seria uma experiência muito interessante para ver se realmente conseguirei ajudar os alunos.” (Isabela Mello, 3ª série)

“Gostaria de ser monitora para repassar tudo o que me foi ensinado e que me fez gostar tanto de trabalhos de campo: repensar e criticar, sair da minha “zona de conforto”, assim como todos os monitores que eu tive e que conseguiram abrir meus olhos para outras realidades.” (Isadora Totaro, 3ª série)

“Meu monitor deu atenção às minhas inseguranças em relação à minha capacidade intelectual e, ao se abrir em relação às suas próprias inseguranças, eu me senti mais confiante e confortável para expor meus pensamentos e minhas indagações. (…) Eu gostaria de ser monitora para proporcionar a mesma sensação de confiança e aceitação que tive com esse monitor. E também criar experiências agradáveis e fazer cada monitorando se sentir melhor, especial e evoluir no caminho escolar e pessoal.” (Isabel Bender, 3ª série)

“Porque meus monitores me ensinaram muita coisa e me ajudaram a ver muita coisa. Só que mais do que isso, meus monitorandos podem mostrar caminhos e raciocínios diferentes que enriqueceriam mais ainda os aprendizados que tive nas viagens. Quero ser monitor porque ainda estou aprendendo (…)” (Caio Basile, 3ª série)

 

DSC01475Alunos da 2ª série do EM monitorando alunos do 5º ano do EFI

 

Ajudar o outro a aprender, aprender com o outro ao ensinar, retribuir experiências significativas e acolhedoras com o conhecimento… é por isso que esses alunos querem ser monitores. E é por isso que chamamos alunos mais velhos para colaborar com o trabalho dos mais novos. A troca entre eles, não apenas de conteúdo, mas afetiva, tem propiciado a cooperação e a solidariedade, valores que sempre foram fundamentais na nossa prática pedagógica.

 

 

Luciana Fevorini
Diretora Escolar

Por que ser monitor?

01/06/2016

Há muito tempo o Equipe adota a prática da monitoria, na qual alunos mais experientes atuam junto aos mais novos, como parceiros dos educadores na condução do processo de ensino-aprendizagem. Para os alunos monitores ocorrem a orientação do estudo de colegas, a retomada e o aprofundamento de seus aprendizados e a revisão de como se deu o próprio processo de aprendizagem.

Mas por que chamar alunos um pouco mais velhos para trabalharem com alunos mais novos? Não seria mais eficiente chamar professores? Como um aluno pode contribuir para o processo de aprendizagem de outros?

Nossa experiência indica que, pela proximidade de idade e também por estarem na mesma posição de estudante apenas em situações diferentes (um que já aprendeu ou fez alguma atividade e outro que a faz pela primeira vez), um aluno pode, muitas vezes, ajudar muito mais outro colega do que um professor. Além do mais, os alunos monitores, por terem passado por situações semelhantes às de seus colegas monitorandos, conseguem apreender melhor suas necessidades e, muitas vezes, suas intervenções são mais efetivas. Tanto do ponto de vista dos aprendizados de conteúdos, como também na postura de estudante. Se um aluno não consegue se concentrar em uma atividade, por exemplo, e um professor chama a sua atenção, o aluno pode entender como bronca. Se um monitor chama a atenção, entende como um conselho, uma orientação.

 

DSC00748Alunos monitores recebendo orientações dos professores

 

As atividades organizadas pelo colégio, que pressupõem a participação de monitores, são: projetos com trabalhos de campo, acampamentos e grupos de orientação de estudos. Para todas essas atividades, os monitores precisam se preparar para o dia ou os dias de atuação: fazem reuniões com professores, participam de aulas preparatórias, recebem os materiais antes, tiram suas dúvidas sobre eles etc. Especialmente para os projetos que envolvem trabalhos de campo, há um curso de monitoria preparado pela Coordenação da escola e que conta com a presença de alguns professores. Todos os alunos das 2ª e 3ª séries interessados em participar se inscrevem e participam de duas tardes de formação. Entre as atividades propostas na formação, realizada entre os dias 28 e 29 de abril, tiveram que escrever sobre “por que querem ser monitores”.

Estes são alguns trechos de algumas das respostas que elaboraram:

“Porque acho muito importante essa interação entre anos e ciclos, faz com que enxerguemos uns aos outros melhor. (…) É bom e interessante rever alguns dos campos que já fiz, pois antes, o que era dificílimo, hoje é algo fácil, mas acho que ajudar as pessoas a fazerem também me ajuda a aprender. Vejo o campo como uma relação de troca, sem falar dos vínculos que criamos com os outros alunos (…)” (Luiza Izolan, 2ª série)

“Gostaria de ser monitora porque me identifico como proveniente de uma boa e útil qualidade: saber ouvir e questionar o que o outro pensa e fala (…)” (Letícia Franklin, 3ª série)

“Ser monitor de uma faixa etária mais distante da nossa é no mínimo uma aventura. (…) Na última monitoria que fiz, minha monitoranda me surpreendeu muito, porque, ao querer saber minha idade, me perguntou quantas voltas eu já tinha dado ao redor do sol.” (Caroline Lambert, 2ª série)

 

DSC00805Trabalhos em pequenos grupos

 

“Em meus dois trabalhos de campo, tive monitores incríveis que contribuíram muito para meu aprendizado e crescimento como pessoa. Me fizeram ter interesse pelo campo, a querer estar lá, em vez de apenas ser obrigada a estar lá (…)” (Beatriz Dreger, 3ª série)

“Ser monitor coloca você num papel de transmitir conhecimento, dá um outro olhar para todo seu ensino e aprendizado, e eu estou muito ansiosa para entrar em contato com isso.” (Luiza Garcia, 3ª série)

“Eu gostaria de ser monitora porque nesse tempo em que estudei no Equipe, vivencio essa relação de troca. Nosso professor de História disse que o homem é um vir a ser. E hoje entendo que o vir a ser é também um deixar de ser o que se era. Portanto, não quero apenas voltar a esses trabalhos, mas sim vivenciá-los de outra maneira, observando e discutindo com o outro o que aquele momento significa. Pois, para mim, eles definiram muito quem eu me tornei.” (Sophia Franco, 3ª série)

“(…) poder desmistificar essa figura de adolescente, que muitas vezes é estereotipada pelas crianças.” (Yacov, 2ª série)

“Ser monitor para mim é um enorme prazer. Eu diria que isso vem de um prazer de ensinar e ajudar os outros a compreender coisas não antes aprendidas. Já ajudei colegas a estudar e, no dia da prova, uma dessas pessoas tirou um conceito alto, mais alto que o meu. É muito gratificante saber que seus ensinamentos foram de grande utilidade. Agora, ser monitor é algo que sempre gostei; sempre que tive a oportunidade, tentava, é uma das melhores experiências. Quando eu era monitorando, eu via o monitor com admiração, é alguém que auxilia a compreensão do estudante de uma maneira mais amigável, justamente por ele ser a intermediação entre aluno e professor. Por todos esses motivos é que eu quero (muito) ser monitor (novamente).” (Jhoão Gabriel, 3ª série)

 

DSC01032Alunos do 9º ano do EFII monitorando a 2º ano do EFI

 

“Em primeiro lugar, porque eu sempre admirei os monitores, sempre me ajudaram muito, principalmente quando tentavam me fazer perder a timidez. Em segundo lugar, porque quero ser professora e essa seria uma experiência muito interessante para ver se realmente conseguirei ajudar os alunos.” (Isabela Mello, 3ª série)

“Gostaria de ser monitora para repassar tudo o que me foi ensinado e que me fez gostar tanto de trabalhos de campo: repensar e criticar, sair da minha “zona de conforto”, assim como todos os monitores que eu tive e que conseguiram abrir meus olhos para outras realidades.” (Isadora Totaro, 3ª série)

“Meu monitor deu atenção às minhas inseguranças em relação à minha capacidade intelectual e, ao se abrir em relação às suas próprias inseguranças, eu me senti mais confiante e confortável para expor meus pensamentos e minhas indagações. (…) Eu gostaria de ser monitora para proporcionar a mesma sensação de confiança e aceitação que tive com esse monitor. E também criar experiências agradáveis e fazer cada monitorando se sentir melhor, especial e evoluir no caminho escolar e pessoal.” (Isabel Bender, 3ª série)

“Porque meus monitores me ensinaram muita coisa e me ajudaram a ver muita coisa. Só que mais do que isso, meus monitorandos podem mostrar caminhos e raciocínios diferentes que enriqueceriam mais ainda os aprendizados que tive nas viagens. Quero ser monitor porque ainda estou aprendendo (…)” (Caio Basile, 3ª série)

 

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