EM – Carta da Orientação Educacional lida durante as aulas de 16/03/2020

18/03/2020

 

Carta lida durante as aulas de Orientação Educacional em 16/03/2020.

 

Queridos e queridas alunos e alunas do Ensino Médio,

Já tive oportunidade de dizer a muitos de vocês que gosto de escola. Eu e todos os meus colegas. É quase insustentável trabalhar em escola se não gostarmos do encontro com vocês e entre nós, das conversas coletivas, em pequenos grupos, pessoais e com as famílias de vocês.

No Equipe e em muitas escolas, a relação é entendida como parte da Educação que nos propomos a conduzir (isso é uma redundância, como vários de vocês também sabem). Esse momento totalmente inusitado que estamos vivendo nos coloca o desafio de não deixar que o processo de formação seja interrompido, mas será feito de forma que certamente não é a que concebemos. Importantíssimo que compreendam isso. Estarmos presencialmente juntos não será substituído. Mas todos precisaremos nos adaptar a essa modalidade de trabalho, atendendo parcialmente a nossos objetivos.

A Coordenação (que inclui Direção e Orientação) está buscando, junto aos professores, planejar o que for possível, para que não deixem de estudar, aprender, praticar.

Eu gostaria de alertá-los quanto a alguns aspectos que podem ser importantes nessa quebra do cotidiano:

  • Rotinas são úteis. Para muitas pessoas, são fundamentais à organização. Por isso, recomendo que busquem manter horários de estudos fixos. Imagino que, para a maioria, adequar o horário de modo a iniciar mais tarde seus estudos seja agradável. Não importa. O que ajudará será definir qual será seu horário de estudo. A depender do que os professores puderem fazer, é possível que alguns horários sejam definidos por eles. Mas sobre isso, teremos que aguardar.
  • Horários de sono e de alimentação, incluindo as pausas para lanche, são importantes como parte da rotina e do cuidado com a saúde. Se perceberem que necessitam, peçam ajuda a quem na sua casa for responsável pelo abastecimento de geladeira e despensa.
  • O tempo maior em casa pode criar outros aprendizados. Nos momentos em que não estiverem estudando, descobrir possibilidades de criação na cozinha, com materiais de desenho, tecidos, com materiais que produzem som pode também ser interessante.
  • O tempo maior em casa pode também aproximá-los de pessoas para as quais vocês não têm como dedicar tanto cuidado no dia-a-dia. Claro, não dá pra sair fazendo visitas! Mas para quem tem avós, que estarão confinados a seus lares, isso não será apenas uma oportunidade, mas deve se constituir como tarefa. Muitos avós precisarão de atenção e de distração. Muitos de vocês não têm mais o hábito de fazer ligações telefônicas, mas elas poderão ser ótimas para avós, e mais que uma vez ao dia.
  • Irmãos, especialmente os mais novos, poderão se sentir aprisionados. Além do horário de estudo e de dedicação a avós, brincar com os mais novos, ler para eles (e com eles), cozinhar, desenhar, cantar, tocar juntos – além de ser uma oportunidade, pode ser uma necessidade na dinâmica familiar.
  • Além de seus pais, avós, irmãos, com quem partilharão e conviverão mais que o habitual, obviamente vocês manterão contato entre vocês, o que também é muito bom, MAS no momento precisa acontecer à distância, infelizmente e necessariamente. Como já disse em algumas situações com vocês, é estranho o exercício do afeto ser obrigatoriamente com distanciamento físico, mas essa é uma responsabilidade social e ética agora e sei que sobre isso – responsabilidade social e ética – vocês já têm alguma reflexão realizada. Precisam, devem e têm que fazer valer – com tudo que isso tem de duro e difícil. Como já discutimos (ao menos a segunda e a terceira séries), juventude não é um estado de moratória. Vocês têm acesso às informações, têm interlocutores, têm discernimento e, portanto, devem compor os esforços coletivos. Não estão anistiados para saírem por aí como se fossem crianças, não tivessem autonomia para escolhas dessa ordem, ou como se tivessem sido privados de conhecimento.
  • E vamos lembrar que estudar não é apenas fazer o que os professores solicitaram. Vocês já sabem que não entendemos estudo dessa forma, mesmo quando tudo está ocorrendo como previsto. Então, aproveitem! O Prof. Iuri recentemente presenteou-os com um material no qual parte é uma relação pessoal de livros para lerem antes que completem 20 anos. Pode ser que esse tempo seja antecipado! Vários de vocês registram nomes de filmes e músicas citados pelos professores em aulas e me contam que é difícil dar conta de buscar tudo isso. Pronto! Uma oportunidade!
  • Importante não esquecerem que ter alguma atividade física é fundamental. Certamente os aquecimentos das aulas de Educação Física podem ser retomados diariamente. Este é outro aspecto que, entrando na rotina com horário definido, pode ser cumprido e fará boa diferença no cotidiano. Sei que muitos lamentarão não fazer a corrida com o Nelsão, mas como eu já disse, não dará para ter tudo…

Queridos, perderemos muito, mas vamos descobrir, quando retomarmos nossa rotina (isso não será para sempre, ufa!), o que ganhamos. Espero que tenhamos coisas boas a nos contar.

Acharei uma forma de estar a postos pra quem queira conversar um pouco, perguntar algo, enfim…

Desejo que seja breve esse tempo que ficaremos fisicamente longe. Vocês sabem que estão em nossos corações e mentes.

Com carinho.

 

Graça Maria Marino Totaro
Orientadora Educacional e Pedagógica

 

EM – Carta da Orientação Educacional lida durante as aulas de 16/03/2020

18/03/2020

 

Carta lida durante as aulas de Orientação Educacional em 16/03/2020.

 

Queridos e queridas alunos e alunas do Ensino Médio,

Já tive oportunidade de dizer a muitos de vocês que gosto de escola. Eu e todos os meus colegas. É quase insustentável trabalhar em escola se não gostarmos do encontro com vocês e entre nós, das conversas coletivas, em pequenos grupos, pessoais e com as famílias de vocês.

No Equipe e em muitas escolas, a relação é entendida como parte da Educação que nos propomos a conduzir (isso é uma redundância, como vários de vocês também sabem). Esse momento totalmente inusitado que estamos vivendo nos coloca o desafio de não deixar que o processo de formação seja interrompido, mas será feito de forma que certamente não é a que concebemos. Importantíssimo que compreendam isso. Estarmos presencialmente juntos não será substituído. Mas todos precisaremos nos adaptar a essa modalidade de trabalho, atendendo parcialmente a nossos objetivos.

A Coordenação (que inclui Direção e Orientação) está buscando, junto aos professores, planejar o que for possível, para que não deixem de estudar, aprender, praticar.

Eu gostaria de alertá-los quanto a alguns aspectos que podem ser importantes nessa quebra do cotidiano:

  • Rotinas são úteis. Para muitas pessoas, são fundamentais à organização. Por isso, recomendo que busquem manter horários de estudos fixos. Imagino que, para a maioria, adequar o horário de modo a iniciar mais tarde seus estudos seja agradável. Não importa. O que ajudará será definir qual será seu horário de estudo. A depender do que os professores puderem fazer, é possível que alguns horários sejam definidos por eles. Mas sobre isso, teremos que aguardar.
  • Horários de sono e de alimentação, incluindo as pausas para lanche, são importantes como parte da rotina e do cuidado com a saúde. Se perceberem que necessitam, peçam ajuda a quem na sua casa for responsável pelo abastecimento de geladeira e despensa.
  • O tempo maior em casa pode criar outros aprendizados. Nos momentos em que não estiverem estudando, descobrir possibilidades de criação na cozinha, com materiais de desenho, tecidos, com materiais que produzem som pode também ser interessante.
  • O tempo maior em casa pode também aproximá-los de pessoas para as quais vocês não têm como dedicar tanto cuidado no dia-a-dia. Claro, não dá pra sair fazendo visitas! Mas para quem tem avós, que estarão confinados a seus lares, isso não será apenas uma oportunidade, mas deve se constituir como tarefa. Muitos avós precisarão de atenção e de distração. Muitos de vocês não têm mais o hábito de fazer ligações telefônicas, mas elas poderão ser ótimas para avós, e mais que uma vez ao dia.
  • Irmãos, especialmente os mais novos, poderão se sentir aprisionados. Além do horário de estudo e de dedicação a avós, brincar com os mais novos, ler para eles (e com eles), cozinhar, desenhar, cantar, tocar juntos – além de ser uma oportunidade, pode ser uma necessidade na dinâmica familiar.
  • Além de seus pais, avós, irmãos, com quem partilharão e conviverão mais que o habitual, obviamente vocês manterão contato entre vocês, o que também é muito bom, MAS no momento precisa acontecer à distância, infelizmente e necessariamente. Como já disse em algumas situações com vocês, é estranho o exercício do afeto ser obrigatoriamente com distanciamento físico, mas essa é uma responsabilidade social e ética agora e sei que sobre isso – responsabilidade social e ética – vocês já têm alguma reflexão realizada. Precisam, devem e têm que fazer valer – com tudo que isso tem de duro e difícil. Como já discutimos (ao menos a segunda e a terceira séries), juventude não é um estado de moratória. Vocês têm acesso às informações, têm interlocutores, têm discernimento e, portanto, devem compor os esforços coletivos. Não estão anistiados para saírem por aí como se fossem crianças, não tivessem autonomia para escolhas dessa ordem, ou como se tivessem sido privados de conhecimento.
  • E vamos lembrar que estudar não é apenas fazer o que os professores solicitaram. Vocês já sabem que não entendemos estudo dessa forma, mesmo quando tudo está ocorrendo como previsto. Então, aproveitem! O Prof. Iuri recentemente presenteou-os com um material no qual parte é uma relação pessoal de livros para lerem antes que completem 20 anos. Pode ser que esse tempo seja antecipado! Vários de vocês registram nomes de filmes e músicas citados pelos professores em aulas e me contam que é difícil dar conta de buscar tudo isso. Pronto! Uma oportunidade!
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